Capa Diversidade no empreendedorismo

Diversidade no empreendedorismo

Veja como estão os números sobre a diversidade no empreendedorismo brasileiro.

Os números mostram que as mulheres, a população negra e LGBT têm, em média, menos oportunidade de trabalho, salários mais baixos e mais dificuldade para ascender na carreira. Mesmo em situações como pedir crédito para abrir ou expandir um negócio, a diversidade no empreendedorismo encara mais dificuldades. 

Segundo a Harvard Business Review, quando existe um ambiente diverso, a participação e engajamento em empresas crescem até 55% e 17%, respectivamente. As empresas têm percebido essa vantagem e investido mais em equipes inclusivas e na promoção de ambientes mais acolhedores às diferenças. Uma pesquisa da McKinsey revelou que uma equipe diversa tendem a superar os lucros de uma empresa não diversa. Portanto, a diversidade deixa de ser apenas uma pauta de recursos humanos e passa a ser vista também pelo olhar do negócio. 

Por outro lado, o Brasil segue registrando altos números de mortes por homicídio ou suicídio decorrente da discriminação. Em pesquisa de 2016, a Bluevision Braskem apontava que 68% dos entrevistados já havia ouvido expressões de homofobia em ambiente de trabalho. Também revelava que 41% havia sofrido algum tipo de discriminação ao assumir a homossexualidade para todos no trabalho. A pesquisa mostrava ainda que 33% das empresas entrevistadas não contratariam LGBTs para cargos de chefia. O fato leva 61% dos entrevistados a esconder a sexualidade no trabalho. Apenas uma pequena porcentagem de 10% das empresas assumia políticas para tratar a homofobia, mesmo que 54% das empresas soubessem que a discriminação existia, mesmo que velada.  

A diversidade no empreendedorismo brasileiro

Em recente levantamento da Sebrae revelou-se que 39,9% dos empreendedores são motivados por necessidade, e não oportunidade. O que mostra um longo caminho ainda a ser percorrido pela diversidade no empreendedorismo brasileiro. Por outro lado, a maioria dos empreendimentos em fases iniciais são comandados por mulheres, enquanto os negócios mais maduros, por homens. Já no setor de startups, as mulheres são donas de apenas 36% das empresas e concentram-se nos setores de LegalTech (25%) e EdTech (21%).

Segundo relatório da Associação Brasileira de Startups de 2020, 26,6% das startups no Brasil não possuem nenhuma mulher no time. Já se observarmos as startups apenas da região Sudeste do país, 53,1% não possui nenhuma pessoa negra na equipe. Se falamos em LGBTQI+, apenas 3,6% dos fundadores de startups na região sudeste se afirmou homossexual, e 1% bissexual. E ainda que, segundo o relatório, 89,8% das startups diz apoiar a diversidade, 96,3% delas não possui nenhuma pessoa trans. O mesmo vale para pessoas com deficiência que inexistem em 92,9% das startups no sudeste.

Investindo do próprio bolso

Luiz de França fundou em 2016 a Ahoy Trip, um site de reservas online de hotéis gay-friendly ao perceber que até então não havia nenhuma empresa criada especificamente com esse propósito no Brasil nem na América Latina. Ainda que esta primeira tentativa tenha falhado, ele seguiu no mundo das startups e notou a falta de representatividade nos eventos relacionados ao ecossistema de startups. Além da falta de representatividade, ele sentiu também o preconceito e desconhecimento do “mercado”LGBT nesses ambientes.

Em 2017 Luiz entrou no programa de aceleração do Founder Institute – uma incubadora de projetos que tem como foco empoderar pessoas e organizações para expansão  de impacto social e/ou ambiental – e criou um novo projeto, a GoFriendly, uma plataforma colaborativa de avaliação de lugares LGBT-friendly e troca de experiências. Na Founder Institute ele encontrou um ambiente receptivo e inclusivo.

Diversidade dentro das empresas

Relatos ouvidos pela plataforma StartSe revelaram que muitas vezes o LGBTI+ (lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, intersexuais e outras identidades de gêncero e sexualidade não contempladas na atual sigla adotada, representadas pelo “+”) sentem-se pressionados a serem muito mais do que um bom profissional. Acreditam que precisam ser mais produtivos, mais pacientes e resilientes do que os demais colegas.

Esse tipo de pressão obviamente prejudica a própria produtividade, mas, principalmente, a saúde mental do profissional. Por isso é tão importante que o profissional busque verificar se os valores da empresa estão alinhados com os seus e se o ambiente é aberto para a diversidade e inclusão. 

Como investir em diversidade

Em geral são as empresas maiores e startups que adotam políticas de diversidade, ao passo que as empresas médias e pequenas em geral ainda não possuem uma visão clara de como a diversidade dentro da equipe pode trazer mais produtividade. As recomendações da Harvard Business Review incluem começar aos poucos, estabelecendo ações e guardiões para identificar falhas e desenvolver grupos. 

Criar programas para PcDs (Pessoas com Deficiência), promover cursos, treinamentos e palestras para promover a importância da inclusão. Bem como adquirir critérios claros para promover a diversidade nas etapas de recrutamento. 

Promover a equiparação salarial entre homens e mulheres, caso ainda não exista e o incentivo à participação da diversidade em cargos de gestão e liderança. 

Em 2018, Associação Brasileira de Startups (ABStartups) lançou o Comitê de Diversidade e Inclusão, cuja missão é compreender e fomentar discussões sobre inclusão no ecossistema de startups no Brasil, permitindo um ambiente cada vez mais diverso e livre de preconceitos.

Em suma, a cultura de inclusão nas empresas precisa ir além de uma ideia, precisa ser realidade nas ações, no respeito e diálogo entre toda a equipe. 

Um olhar otimista sobre a diversidade no empreendedorismo

Em 2019, Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que a discriminação por orientação sexual e identidade de gênero passou a ser considerada crime. Os ministros determinaram que a conduta será punida pela Lei de Racismo, que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito até se sobrevir uma lei específica pelo poder legislativo. Mas este é um passo de muitos a serem percorridos em prol da igualdade, representatividade, respeito e segurança de toda a diversidade. 

Aqui na Think.lab seguimos a Declaração Universal dos Direitos Humanos que afirma que todos os seres humanos – não alguns, não a maioria, mas todos – nascem livres e iguais em dignidade e direitos. Nós somos atuantes na luta pela implementação da promessa da Declaração Universal. Nosso espaço foi pensado e criado com o intuito da inclusão, do bem-estar e segurança para todos os públicos. 

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Fontes:
Associação Brasileira de Startups
Bluevision Braskem
Founder Institute
StartSe
Superlógica